Fazer pesquisa com mulheres migrantes

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Fazer pesquisa com mulheres migrantes

Escrito por: Luís Felipe Granado

IFF/Fiocruz realiza debate sobre migrações, gênero e trabalho

O Instituto Fernandes Figueira (IFF)/Fiocruz promoveu, nesta quarta-feira (16), uma roda de conversa com o tema “migrações, gênero e trabalho”. O evento foi parte das celebrações dos cem anos do IFF, dos 35 anos do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher (PPGSCM) e dos 30 anos do Núcleo Saúde e Brincar. O objetivo foi debater a produção de ciência e os desafios enfrentados por pessoas, especialmente mulheres, que migraram para o Brasil, seja de forma voluntária ou forçada.

Esse tema é especialmente pertinente, considerando os dados do relatório “Refúgio em Números”, da Organização das Nações Unidas, que revelam que, em 2023, o Brasil recebeu 58.628 pedidos de refúgio, oriundos de 150 países. As principais nacionalidades solicitantes foram venezuelanas (50,3%), cubanas (19,6%) e angolanas (6,7%).

Catalina Pardo, psicóloga e professora visitante da UFRJ, compartilhou suas experiências de trabalho com refugiadas colombianas durante seu doutorado. Ela destacou as dificuldades enfrentadas por essas mulheres, incluindo racismo e xenofobia. "Foi na migração que comecei minha vida como pesquisadora. Como migrantes, nós somos sujeitos políticos", afirmou, enfatizando a necessidade de retribuir à comunidade que fornece relatos valiosos.

A professora Cristiane Andrade, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), refletiu sobre a descolonização da produção do conhecimento. "Como tornar essa produção mais coletiva? É um debate que precisamos ter enquanto estamos em posições privilegiadas", ponderou.

Laura Quadros, psicóloga e professora da UERJ, ressaltou a importância de pesquisar “com” os migrantes, ao invés de “sobre” eles. Ela mencionou a criação de uma cartilha de sentimentos, disponível em três idiomas, que detalha as sensações vividas por migrantes, oferecendo uma visão mais humana do trauma.

Fabiana Chicrala, que atua com imigrantes congoleses na Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, alertou para as dificuldades que as hierarquias de gênero, classe e raça impõem no processo migratório. "As hierarquias de gênero são construídas e atravessam gerações e fronteiras. Muitas mulheres mantêm costumes patriarcais mesmo aqui no Brasil", afirmou.

Em suma, o encontro mostrou que a estrada para introdução destes imigrantes no Brasil ainda é longa. Embora existam cerca de 1,5 milhão de imigrantes e quase 66 mil refugiados no país, apenas 230 mil possuem emprego regular. Para superar esses obstáculos, é crucial investir em cursos de português, no reconhecimento de diplomas de países de origem e na qualificação dos servidores que atendem os recém-chegados.

A roda de conversa foi transmitida no canal do YouTube do IFF e pode ser assistida por meio do link: https://www.youtube.com/watch?v=QPaOQkIh4vQ

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