Mês da Mulher: IFF/Fiocruz promove palestra sobre autonomia financeira

 

Como parte das atividades de celebração ao Dia Internacional da Mulher (8/3), o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) realizou, em 6/3, a palestra “Hackeando seu cérebro: como gastar com sabedoria, poupar e investir”, com a planejadora financeira, Mônica Mourão.

No encontro, Mônica abordou questões históricas, sociais e científicas que delineiam a relação das mulheres com dinheiro, além de trazer dicas práticas para que elas possam tomar melhores decisões financeiras. A planejadora financeira falou sobre a recente história delas com seu próprio dinheiro que, de modo geral, é marcada por um fraco ou nulo poder decisório. “Até 1962, por exemplo, sem poder trabalhar fora e impedidas de terem sua própria conta bancária, muitas mulheres contavam com “dinheirinho para comprar suas coisinhas” dado pelo pai ou marido”, contou ela.

A falta de representatividade nas instituições financeiras brasileiras é outro aspecto que contribui para que até hoje muitas não se sintam à vontade nesses locais. “Para vocês terem ideia, a primeira instituição bancária brasileira nasceu em 1808. De lá até mais recentemente, essas empresas foram forjadas exclusivamente por e para homens”, apontou Mônica.

Como obstáculo que se interpõe à maior autonomia financeira feminina, há ainda a crença de que para ter as contas em dia é necessário ter altas habilidades com os números. Isso porque estudos da área das ciências comportamentais vencedoras do Prêmio Nobel de Economia demonstram que 95% das nossas decisões financeiras são tomadas com base em emoções. “Se uma parcela razoável das iniciativas de educação financeira foca apenas em números, além de não atacar a base dos problemas financeiros desencoraja mulheres a se aproximarem do tema”, constatou ela.

Os estudos das ciências comportamentais mostram ainda que para acionar o sistema racional para tomada de decisões financeiras racionais precisamos estar descansados. “Isso é uma realidade distante para muitas mulheres oneradas pela divisão desigual do trabalho doméstico e a economia do cuidado, como é chamado o trabalho não remunerado de cuidar de entes familiares frequentemente assumido por mulheres”, comentou Mônica.

A planejadora financeira ressaltou que entender o contexto feminino e seu comportamento com as finanças é essencial para traçar estratégias eficazes para que as mulheres tenham mais saúde financeira. “Iniciativas como essa realizada pelo IFF/Fiocruz mostram-se cada vez mais importantes para que falar sobre dinheiro deixe de ser tabu, especialmente entre as mulheres, e que elas criem conexões reais para trocar sobre o assunto”.


IFF/Fiocruz promoveu palestra no dia 6/3 no Centro de Estudos Olinto de Oliveira (CEOO)

 

Mulheres com Grana

Estudiosa de finanças pessoais, neuroeconomia e gênero, Mônica se juntou à Thais Jacinto, comunicóloga e especialista em educação de adultos, para fundar o projeto “Mulheres com Grana”, que pretende impactar mulheres em todo o território nacional. “Quem tiver interesse, pode acessar o grupo no WhatsApp onde pessoas de todo Brasil podem conversar sobre dinheiro em um espaço seguro. Além disso, são informadas em primeira mão sobre a realização de rodas de conversa temáticas e as participantes também receberão materiais e ferramentas gratuitas para conquistarem sua autonomia financeira”, explicou Mônica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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