Pelo terceiro ano, o Dia das Mães foi diferente ao contarmos mais de 600 dias desde o início da pandemia de Covid-19. Este ano, tomando a questão da retomada do tempo futuro, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) realizou uma série de eventos voltados para as mães que acompanham seus filhos em hospitalização de longa permanência.
Uma das organizadoras do evento, a psicóloga do IFF/Fiocruz, Kátia Moss, afirma que é importante contribuir para o protagonismo dessas mulheres, pois são mães consideradas "moradoras'', o que significa a permanência por longo período em acompanhamento na hospitalização dos filhos. “No primeiro dia do evento, a coordenadora do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais (Napec) do IFF/Fiocruz, Madalena de Oliveira, abriu as homenagens oferecendo um dia de elevação da autoestima. As mães foram maquiadas e penteadas por profissionais que acentuaram ainda mais a beleza de cada uma”.
Dia da Beleza
No segundo dia, o sol colaborou para a realização do passeio no Pão de Açúcar, ponto turístico do Rio de Janeiro. A assistente social do IFF/Fiocruz, Bárbara Figueiredo, em articulação com a empresa que administra o ponto turístico, conseguiu ingressos de cortesia para o grupo de mães de longa permanência das unidades de internação do Instituto, bem como para as mães acompanhadas pelo Programa de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (Padi) do IFF/Fiocruz. “Elas foram recebidas como celebridades e pulseiras de vips. Para muitas habituadas a contemplar o Morro da Urca através das janelas das enfermarias, foi a primeira oportunidade de ter uma visão diferente, onde o hospital foi contemplado de longe, a partir do Bondinho”, informa Bárbara.
Passeio no Pão de Açúcar – RJ
Para o terceiro dia, a psicóloga, Kátia Moss, organizou uma manhã com atividades de dança circular, massagem corporal, Reiki e alongamento direcionado para o uso das poltronas reclináveis utilizadas durante a internação. “Fechamos as comemorações com um coffee break especial e o lançamento de um vídeo com a apresentação de histórias de mães que já passaram pela experiência de ficar longos períodos em regime de internação hospitalar com o filho com condição crônica complexa. Além dos relatos, as mulheres deixam recados - de mães para mães – com a mensagem de que os dias difíceis passam e promovendo o exercício sobre o futuro, onde mães e filhos com doenças crônicas seguem os caminhos oferecidos pela vida fora do hospital, mesmo mantendo o acompanhamento e tratamento necessário”, conta Kátia.
Homenagem Dia das Mães
Assista ao vídeo
Covid-19: a realidade das mães de longa permanência
Em função da complexidade das doenças, as temporadas de hospitalização são longas, podendo ultrapassar os anos. Apesar do momento de gradativa flexibilização, é inegável que a Covid-19 gerou novas necessidades diante da realidade imposta. “A pandemia demandou para esse grupo de mulheres o estabelecimento de recursos diferenciados para o enfrentamento do cotidiano, como lidar com a ruptura das suas redes de apoio, distanciamento da família e parceiros, assim como a superação dos impactos financeiros que abalou a todos. O fato do cuidado ser delegado à figura materna é, sem dúvida, um dos principais motivos de sobrecarga e desgaste emocional. Por isso, a atenção em oferecer momentos de leveza e autocuidado para que não esqueçam a dimensão da sua importância enquanto mãe e mulher”, explica Bárbara.
Diante da vivência de adoecimento dos filhos, essas mães são levadas à exaustão física e mental na tarefa do cuidado. “Do colinho ao banho, o afeto e a tecnologia se fundem. Por isso, a necessidade de promover espaços seguros, onde elas possam compartilhar e produzir experiências positivas de acolhimento e esperança”, ressalta Kátia.
