18 de setembro: Dia Nacional da Conscientização do Retinoblastoma


O retinoblastoma é uma lesão maligna rara originária das células da retina – parte do olho responsável pela visão – afetando um ou ambos os olhos. O tumor se desenvolve na retina, parte interna do olho. Se diagnosticado rapidamente e tratado em centros especializados, pode alcançar índices de 90% de cura. Porém, o prognóstico não é tão bom se a doença estiver disseminada além do olho. O diagnóstico precoce do retinoblastoma, além de aumentar as chances de cura, pode preservar a visão e o olho da criança.

Com objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce do retinoblastoma, foi instituída, pela Lei nº 12.637/2.012, a data de 18 de setembro como o dia nacional da conscientização da doença. A iniciativa é da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca).

Com o intuito de auxiliar pais, profissionais de saúde, avós, cuidadores, professores e todos os que têm contato direto com crianças, convidamos a oftalmologista e pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Andrea Zin.

Como identificar os sinais e sintomas de alerta?  

Andrea: Os pais e responsáveis precisam ficar atentos aos principais sinais, como o “olho de gato”, em que a pupila (menina do olho) pode apresentar uma área branca e opaca no contato com o reflexo da luz, sendo facilmente visível em fotos tiradas com flash. A alteração na posição dos olhos é um outro alerta, como o desvio ocular (estrabismo) ou tremor nos olhos. Em todos esses casos a criança deve ser levada ao oftalmologista para um exame completo. 

Como é feito o diagnóstico?  

Andrea: Vários exames confirmam ou descartam o diagnóstico de retinoblastoma, começando pelo exame de fundo de olho, que é feito pelo oftalmologista. A seguir, podem ser solicitados ultrassonografia do globo ocular e ressonância magnética das órbitas oculares. A investigação e o estadiamento sempre ocorrem através de ressonância nuclear magnética. Não se deve realizar tomografia computadorizada, pois a irradiação agrava os tumores nos casos hereditários.  

O Teste do Reflexo Vermelho ou Teste do Olhinho detecta o retinoblastoma?  

Andrea: Sim. Os casos mais avançados. A leucocoria (pupila branca - alteração do teste do olhinho ou reflexo vermelho) está presente em 60% a 80% dos casos). Além do diagnóstico do retinoblastoma, o exame também é importante para rastreamento do glaucoma, toxoplasmose e descolamentos de retina tardios. 

A criança pode apresentar o teste do olhinho normal e desenvolver a doença posteriormente?  

Andrea: Sim. Por isso é importante repetir o exame, pois é possível que o tumor não esteja presente no momento do exame e se desenvolva futuramente, ou que seja muito pequeno e não visível ao rastreamento. Qualquer alteração no reflexo vermelho deve ser um sinal de alerta para procurar uma avaliação médica.  

Caso os pais percebam alterações suspeitas nos olhos dos pequenos, como devem proceder? 

Andrea: Devem procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima à sua residência para atendimento primário e a solicitação do teste do olhinho. Caso haja alteração, a criança será encaminhada para confirmação diagnóstica com um especialista.

Para saber mais como reconhecer os sinais e sintomas do câncer que acomete crianças pequenas e pode ocorrer em um ou em ambos os olhos. Acesse a Cartilha Retinoblastoma, que foi produzida pelos especialistas, Carla Renata Pacheco Donato Macedo e Luiz Fernando Teixeira com a colaboração da jornalista Daiana Garbin Leifert.

Assista aqui ao vídeo com orientações da oftalmologista e pesquisadora do IFF/Fiocruz, Andrea Zin, sobre o Retinoblastoma.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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