O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) promove, durante as segundas-feiras deste mês de maio, nos dias 6, 13, 20 e 27/5/24, o 24º curso de “Violência contra crianças e adolescentes – a intersetorialidade na prevenção e no atendimento”. O intuito é de difundir informações sobre os conceitos e as manifestações da violência que afeta o público infantojuvenil e, assim, com a devida conscientização dos riscos associados, reforçar a estrutura assistencial para uma abordagem interprofissional e intersetorial que permita a prevenção e o atendimento apropriados.
No dia 6/5/24, a organizadora do evento, a coordenadora do Núcleo de Apoio aos Profissionais que atendem crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos (NAP) do IFF/Fiocruz, Rachel Niskier, saudou os presentes, profissionais das diversas áreas envolvidas com a temática. "O curso tem como objetivo informar profissionais de saúde e áreas afins na identificação de situações de vulnerabilidade e seus encaminhamentos. São 24 anos de muita luta e esperança”, declarou ela.
Rachel Niskier (Foto: Bruno Guimarães)
Na abertura, a gestora da Área de Atenção Clínica à Criança e ao Adolescente do IFF/Fiocruz, Thaize Sobreiro, falou da importância do olhar atento a possíveis casos. “O curso cumpre o papel de estimular isso nos participantes”. O pediatra e diretor do Centro de Estudos Olinto de Oliveira (CEOO), José Augusto Alves de Britto, destacou que os participantes, ao final do curso, saem com uma importante missão. “Precisamos de multiplicadores!”.
Já a chefe de Gabinete da Direção do Instituto, a assistente social Mariana Setúbal, ressaltou a complexidade de tratar crianças e adolescentes que passam por algum tipo de violência. "Para problemas complexos a gente não consegue ter respostas simples. Mas, todos nós enquanto sociedade, devemos nos responsabilizar pelo cuidado às crianças e adolescentes".
O primeiro assunto abordado foi “A violência sob a perspectiva histórica”, conduzido pelo professor e pesquisador do IFF/Fiocruz, Luiz Teixeira. Logo no início, Luiz explicou sobre os grandes pensadores desde o século XVI até os dias de hoje, falando sobre como cada um pensava e como isso constrói a ideia do que é violência.
O palestrante também reforçou que a violência pode ser praticada em diferentes contextos e que na maior parte das vezes é uma ação deliberada
“É uma ação incapacitante ou causadora de sofrimento físico e/ou emocional, cometida por um ser humano, instituição ou coletividade. Na maior parte das vezes visa constranger ou submeter outrem e se relaciona à motivos étnicos, raciais, religiosos, comportamento sexual ou de gênero e ao descontrole da brutalidade. À violência física soma-se a violência simbólica ou psicológica que, tal qual a primeira, traz sofrimento psíquico ou físico a suas vítimas”, disse o professor.
Luiz Teixeira (Foto: Bruno Guimarães)
Nesse dia, também foram discutidas as seguintes temáticas: A dimensão sociocultural na discussão da violência, proferida pela professora e pesquisadora do IFF/Fiocruz, Martha Moreira; Trajetória socioepidemiológica da violência contra crianças e adolescentes, apresentada pela pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Simone de Assis; e O poder das histórias escondidas nas estatísticas para a aproximação às situações de violências vividas por adolescentes, conduzida pela professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Eloisa Grossman.
Na próxima segunda-feira, 13/5/24, serão abordados os assuntos: Ninguém nasce violento - o ambiente como fator modulador de fenótipos clínicos; Relacionamento familiar como fator de risco e de proteção nas situações de violências interpessoais; A interprofissionalidade e o cuidado nas situações de violência; e A atuação da equipe de saúde frente aos casos.
Já no dia 20/5/24, serão discutidos os temas: A potencialidade de articulação da intersetorialidade e da rede de atendimento; O Conselho Tutelar e o atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual; O Sistema de Garantia dos Direitos e os encaminhamentos de crianças e adolescentes vítimas de violência; Bullying e Ciberbullying – Saúde Mental e Convivência Ética; e Aspectos jurídicos na prevenção.
No encerramento do curso, no dia 27/5/24, as questões apresentadas serão: A autolesão e o comportamento suicida como expressões de sofrimento psíquico; Intervenções em saúde mental em sobreviventes de violência: a terapia de exposição narrativa; e Direito ao cuidado, ao afeto e à esperança. Por uma rede de sustentabilidade da Infância e da Adolescência.
Serviço
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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, que demandam proteção integral e prioritária por parte da família, sociedade e do Estado. Para mais informações, clique aqui.